METAMORFOSE DO LIVRO
Por Giovana Erthal
01 de agosto 2022
PRÓLOGO
O desejo por escrever sobre a vida é antigo. Nos primórdios da humanidade, os códigos da escrita eram diferentes, assim como o objeto em que eram inscritos. Entretanto, a vontade de registrar o que se via ou o que se sentia era a mesma que existe hoje. A história do livro começa nas tábuas de argila, perpassa os pergaminhos e códices, avança pelas telas dos dispositivos até atingir a dimensão do som.
O que você encontra nesta reportagem?
MARCOS NA HISTÓRIA
3000 A.C.| Suméria (Iraque e Kuwait): escrita cuneiforme em tabuletas de argila fresca
| Egito: invenção do papiro
1400 A.C.| China: escrita em caracteres em ossos de omoplatas de animais, madeira e pedra; invenção do papel em 105 D.C.
700 A.C. | Grécia: uso do papiro; 1° manuscrito mais extenso - Ilíada (por Homero)
1450 | Alemanha: invenção da prensa por Gutenberg, revolucionando a história do manuscrito
A REVOLUÇÃO DA PRENSA
Na Idade Média, a escrita e a leitura eram exclusivas ao clérigo. Os monges copistas detinham as obras e os meios de produção dos livros. O invento de Gutenberg tornou o livro mais acessível, revolucionando a forma de disseminação de informação. Além da mudança no modo de produção, a prensa pôs em xeque o domínio da Igreja no campo das ideias. Restringir o acesso à informação é também uma técnica de domínio das massas.
QUEM, ONDE, QUANDO?
A literatura atravessa tantos séculos que é fácil confundir os momentos em que figuras célebres viveram. Você sabe a época de publicação das autoras abaixo?
O QUE AS EDITORAS PENSAM?
O SETOR NO BRASIL
O aumento de competitividade, exposto no depoimento de Flaviane Botelho, pode ser melhor entendido com a visualização abaixo, que demonstra a ampliação do mercado em quantidade e no total acumulado.
DA FOLHA PARA A TELA
Com o projeto Gutenberg de 1971, Michael Stern Hart disponibilizou o primeiro livro digital (eletronic book ou e-book). Na Universidade de Illinois, Hart transformou a Declaração de Independência dos EUA em documento eletrônico. Em 1995, vinte e quatro anos depois, a Amazon - que se destacaria posteriormente com o Kindle (dispositivo de leitura) - começou a vender e-books. Já no final do século XX, outros sites entraram no mercado de livros eletrônicos. No mesmo momento, aparelhos de leitura eram lançados, como BookMan Sony, Rocket Ebook - considerado o primeiro e-book reader - e SoftBook.
LEITORES
ESCUTE ESSE LIVRO
Existem diversas plataformas online que comercializam ou distribuem gratuitamente os audiobooks. O mercado global de audiobooks foi avaliado em 4 milhões de dólares, gerando expectativa de que até 2030 cresça mais de 20%. Nunca teve contato com o áudio livro? Dê play no capítulo 1 de “O Alienista” de Machado de Assis, disponibilizado de maneira gratuita pelo site Loyal Books.
FUTURO DOS DIGITAIS
O conteúdo digital engloba livros digitais (ebooks) e audiolivros (audiobooks). Esse segmento representa hoje 6% do mercado editorial brasileiro e a tendência é que continue a se expandir. Na visualização abaixo, é possível notar o aumento não só no acervo, como também na quantidade de lançamentos. Além disso, os ebooks são responsáveis por mais de 90% desses números; 2019 registrou o lançamento de 8 mil e 900 títulos - somente 712 foram de audiobooks.
EPÍLOGO
As previsões sobre o futuro dependem tanto dos avanços da tecnologia quanto do interesse da sociedade no livro. A cronologia evidencia, ao menos, que o formato pode variar, mas o gosto pela história é atemporal.
* OBS: Todos os gráficos e visualizações foram produzidos por Giovana Erthal